sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Matrimônio à Italiana





(Matrimonio all'Italiana, Vittorio de Sica, 1964). Filumena Marturano (Sophia Loren, no auge de sua exuberância) apesar de não ser muito letrada (afinal, só sabe desenhar o seu nome) é perseverante, esforçada e maquiavélica no intuito de arrastar Domenico Soriano (Marcello Mastroianni, um milionário incauto) para o altar. No decorrer de 22 anos, ela usa uma doença letal, uma extrema-unção (sim, este é um Love Story às avessas) e até uma suposta suspeita de paternidade para fisgar Domenico para os sagrados laços do matrimônio. Arquitetado sob a direção mais uma vez estupenda de De Sica, pela química anteriormente comprovada dos protagonistas e pelo roteiro bem alinhavado, este filme conta com cenas hilárias como a "quase morte" de Filumena e o final revelador. É meio difícil de ser achado em locadoras, apesar de ter em DVD, mas volta e meia passa no canal da ULBRA. Diversão na certa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Quinteto Irreverente



(Amici Miei, Atto II, Mario Monicelli, 1982). Da divertida trilogia que conta com o roteiro e com a direção brilhante e hilária de Mario Monicelli, na minha opinião este é o mais engraçado dos três. Em uma Florença que tem direito até a inundação, os cinquentões antigos amigos de escola, o jornalista Giorgio Perozzi (Philippe Noiret), o falido conde Lello Mascetti (Ugo Tognazzi), o Doutor Sassaroli (Adolfo Celi), o arquiteto Rambaldo Melandri (Gastone Moschin) e o dono do restaurante Necchi (Renzo Montagnani), formam o quinteto que inferniza a vida das incautas pessoas que ousam cruzar o caminho deles. Sobra para o padeiro do bairro, para o pobre viúvo do cemitério, para os inocentes viajantes do trem, para os recém convertidos ao catolicismo, para os próprios parentes, enfim, para todo mundo. E é claro, para nós, que podemos ver ao filme mil vezes e choramos de tanto rir. Pelo menos comigo foi assim, que tenho um humor bem ácido. Bem, Mario Monicelli sempre é ótimo, e pretendo postar mais filmes dele que tenham em DVD.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Jean Simmons (31.Janeiro.1929-22.Janeiro.2010)

A primeira vez que vi Jean Simmons atuar foi como uma brilhante Ofélia dirigida por Laurence Olivier em Hamlet na produção de 1948, na qual foi indicada ao Oscar. Na época que vi pela primeira vez, era criança, e só pude perceber as nuançes de sua interpretação anos mais tarde, mas o que me chamou a atenção foi a sua beleza ímpar de boneca britânica que remetia automaticamente a Vivien Leigh. Ela está bela e igualmente competente em Spartacus (Stanley Kubrick, 1960) e recebeu um merecido Emmy na série para a TV Pássaros Feridos (1983). Infelizmente, um câncer de pulmão levou minha heroína inglesa com rosto de boneca do século XIX neste dia 22 de janeiro. Mais detalhes de sua biografia, no site: http://www.imdb.com/.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Desejo e Reparação





(Atonement, Joe Wright, 2007). Este filme é a adaptação do aclamado romance de Ian McEwan, uma ficção que aborda sobre como a memória deturpada de uma menina de 13 anos pode transformar um amor plausível em condenado e, na ciranda louca dos desenganos, aniquilar vidas. Ao som da tocante música de Dario Marianelli ,vemos o comovente amor de Cecilia (Keira Knightley) e Robbie (James McAvoy) ser posto à prova pela eterna luta de classes e pela II Grande Guerra. Sem contar com a irmã mais nova de Cecilia, a pequena Briony, que tem um papel crucial desde o período que antecede a Guerra até os dias atuais e que concede lições tortuosas sobre o que é a verdadeira reparação. Não sei se contei demais, mas é filme com F maiúsculo, vi uma vez no cinema e três vezes em DVD, li o livro e, mesmo sendo chatíssima, até achei que a Keira Knightley desta vez atuou bem. Mas se preparem, é uma facada no coração.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Era Uma Vez no Oeste





(C'Era Una Volta Il West, 1968, Sergio Leone). Primeiramente, quero dar boas vindas aos meus cinco fiéis seguidores e recomendar este primoroso faroeste, que fala sobre vingança (o retorno de Harmonica, Charles Bronson, o homem sem nome), amizade, ganância e crueldade (interpretada de maneira soberba pelo Frank de Henry Fonda e seus frios olhos azuis). Não posso falar muito senão estraga o filme, mas mais uma vez atenção para a música de Ennio Morricone (a sequência de quando Claudia Cardinale chega à cidade na diligência, emoldurada pela fotografia de Tonino Dell Colli é de chorar). É um filme para meninos, mas que pode agradar às meninas. Para a Júlia, a Terê e a Maria do Carmo, eu juro que vou postar da próxima vez algo mais suave, mas a minha vida atualmente está em clima de filme de faroeste.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Bastardos Inglórios

Escutei uma frase do crítico de cinema, o Goida, que disse que o melhor filme de 2009 foi Inglorious Bastards, brilhantemente dirigido por Quentin Tarantino. Concordo com ele. Foi uma aula de cinema aprendida com os grandes mestres. E permito cometer a ousadia de dizer que o filme foi, do começo ao fim, do ator Christoph Waltz que usou o seu olhar e a sua voz de uma maneira maquiavélica para interpretar o Coronel Hans Landa. Eu vi, naquela película ,muito do Sergio Leone, muito do jovem Truffaut, uma fotografia digna de um Néstor Almendros (vocês se lembram de Cinzas do Paraíso, crianças?), e uma trilha sonora com Morricone, entre outros, um roteiro sempre tenso, com muito suspense, com momentos de risada, outros de violência, mas resumindo:é cinema, na sua essência mais pura. E eu que pensei que com Magnólia já tinha visto de tudo, affff...